terça-feira, 12 de julho de 2011

QUEM ME FAZ PECAR?


Davi Helon de Andrade



          “Por que você falou este palavrão, João? Ah mãe, eu falei por que o José falou primeiro”.
“Maria, por que você bateu na Joana? É porque que ela falou mal de mim”.
“Eu pequei, porque o Diabo me fez pecar”.
“Eu sou assim, ando de maneira errante, por algo que me aconteceu no passado”.

            É muito comum ouvirmos estes tipos de frases quando chamamos a atenção de alguém que pecou ou esta pecando de alguma maneira, ou nós mesmos quando erramos costumamos colocar a culpa em alguém ou algo pelos nossos erros cometido.
            A grande pergunta aqui é:

Quem me faz pecar?

            O mundo oferece muitas respostas, como:
“Você é fruto do ambiente que você vive”
“Foi à outra pessoa que te fez ficar com raiva e errar e falar palavrões”
“Eu faço porque fulano e beltrano também fazem”
“Ele/a é assim por algo que lhe aconteceu no passado”.

            É claro que não devemos menosprezar as situações, mas a Palavra deixa muito claro que os pecados cometidos vêm de outra fonte.
           
O Senhor Jesus diz claramente.
“Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios,  a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.  Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” Marcos 7.21-23
           
De onde?
Do nosso coração. 

Todos esses males vêm de dentro, e não da circunstancia, as circunstancias apenas mostra o que tem no interior do meu coração.

Se olharmos a lista que Jesus falou, inclui vários pecados que costumamos culpar as situações, os outros ou Satanás por elas, vejamos a lista:
Maus pensamentos, imoralidades sexuais, roubos, homicídios, adultérios, cobiças, maldades, enganos, devassidão, invejas, calunia, arrogância e insensatez.

Tudo isto já esta no nosso coração, a situação apenas desperta.

            Guardem esta frase,

A situação significa, mas não determina.
Quem escolhe pecar e errar sou eu.

            A situação só serve para mostrar o que tem no meu interior.

            Um exemplo que podemos dar é a do saquinho de chá.
            Imaginemos que somos um saquinho de chá, e a agua é a situação a nossa volta. Se a situação esta normal, é como se fosse a agua fria, não tem como tirar conteúdo do chá com agua fria, mas se a situação esta complicada é a agua quente, então tudo aquilo que esta no nosso coração vai sair, assim como podemos tirar o gosto do chá com a agua quente.
           
Porém, podemos pensar, que temos um bom coração, olhemos o que a palavra de Deus diz;

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” Jeremias 17.9

Nossos corações são desesperadamente corruptos, a palavra corrupto é “vWna'”, a ideia de corrupto é “incurável, fraco, doente, calamitoso[1]”. Nossos coração não é de confiança. Ele é enganoso, a qualquer momento ele nos desvia e nos engana, por isso não devemos confiar nele.

E nós já nascemos assim.

Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe”. Salmo 51.5


Qual o remédio?

Somente Deus para transformar os nossos corações depravados, através de Cristo:

Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios...” Romanos 5.6.

Embora, nós sendo fracos e ímpios, Cristo morreu por nós. E pelo seu sangue, somos justificados.

Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”. Romanos 5.9

E pelo seu sangue temos a remissão dos nossos pecados:

Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”   I João 1.7


E o instrumento que Deus usa para a nossa santificação é a sua Palavra:

A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma...;”. Salmo 19.7a

A palavra perfeito neste texto é “~ymiT'” que significa “ser completo, estar terminando[2]”, ou seja, a Escritura é abrangente, envolvendo tudo o que é necessário para a vida espiritual de um homem. Ela mostra a nossa natureza pecaminosa e nos instrui.

A palavra para alma é “vp,n<” que se refere “a pessoa, o eu, o coração de alguém[3]”.
Logo, a Lei do Senhor é completa para restaurar a vida de uma pessoa.

Ela é o instrumento que devemos buscar e usar para a transformação.
O Senhor Jesus disse que erramos não conhecendo as escrituras e nem o seu poder:

Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” Mateus 22.29

E que é ela que nos santifica.

Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” João 17.17

Esta transformação vai acontecendo de glória em glória.

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. 2 Coríntios 3.18

            Creio que devemos parar de darmos desculpas pelos nossos erros, ou seja, em uma situação em que pecamos devemos olhar para dentro dos nossos corações, por mais que a situação a volta tenha significado muito, e até quando vemos algum ente querido pecar, não devemos colocar a culta na situação, mas olhar como uma oportunidade do coração ser tratado, por mais difícil que seja.

            Talvez você tenha algo não acertado do passado por colocar a culpa em alguém ou algo, decida perdoar quem proporcionou uma situação em que você pecou e tem sofrido consequências até hoje, mas entenda, a decisão foi somente sua, pois os nossos corações são desesperadamente corruptos, enxergue a situação como oportunidade de Deus em tratar seu coração.

        Que possamos nos lembrar.
  • Que é do nosso coração que vem os nossos pecados e erros.
  • Que a situação significa, mas não determina.
  • Que o remédio é Jesus Cristo que morreu por nós, sendo nós fracos.
  • Que o instrumento para mudança do nosso coração é a Palavra.
  • Que as situações são oportunidades de Deus tratar os nossos corações.

           
Que o Senhor nos abençoe.

            Até o próximo post.


[1] Bibleworks 7.
[2] HARRIS, R. Laird (org). Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 1647.
[3] MAC`ARTHUR, John. Nossa suficiência em Cristo. São José dos Campos: Editora Fiel, 2001, p. 67.

Nenhum comentário:

Postar um comentário